Vivemos em menores espaços que no século passado, isso já sabemos, certo?

Nos centros urbanos os apartamentos são menores e por todos os prédios à nossa volta, acabamos não tendo muito contato com um fator fundamental para a vida: a luz solar.

Para o ser humano, ela nos fornece a vitamina D, muito importante para a saúde óssea e bastante influente no nosso crescimento.

Para as plantas, a luz solar permite a fotossíntese, que dá energia para a verdinha crescer firme e forte.

Porém, com o avanço da ciência, desenvolvemos luzes de LED que simulam a luz solar e podem até ser mais eficientes: o LED fica ligado o período que quisermos, tem a intensidade constante ao longo dos dias e podemos alterar suas características conforme a planta demandar.

Então se meu amor, hoje o sol não apareceu (é o fim da aventura humana na terra) ou você gostaria de deixar suas plantas dentro do apartamento – naquele cantinho da sala escura ou na sua cozinha -, esse artigo vai te explicar o que está por trás de uma boa iluminação artificial para sua planta.

Plantas Usam a Luz de forma bem diferente dos Seres Humanos

Mesmo as finalidades sendo parecidas, as plantas usam uma parte da luz que nós não utilizamos tão bem para enxergar. 

Nós usamos a visão fotópica e, assim como outros animais, percebemos cor e a própria luz através dos lumens (lm), que são a unidade de medida do fluxo luminoso – nada mais é que a radiação total obtida por uma fonte luminosa. 

Para nós, humanos, os comprimentos de onda que conseguimos absorver visualmente estão entre 350 e 780 nm e a intensidade luminosa da visão fotópica está entre 0,01 e 100.000 lux (lx) – sendo lux = lumens/m² [Fonte: Fluence Science]

Pelo gráfico acima, fica claro que o ser humano é muito mais sensível à luz verde do que a vermelha e a azul. 

Se você procurar na loja de aplicativos do seu celular, vai encontrar diversos medidores de lux, que servem para fins comerciais, como iluminação de lojas, mas não necessariamente atendem a necessidade das plantas.

Esse problema se dá porque o lux mede a parte do espectro mais representativo para o ser humano – o verde -, mas as plantas utilizam bastante do comprimento de onda azul e vermelho para produzir energia, ou seja, fazer fotossíntese.

Dessa forma, o pigmento mais abundante nas plantas, a clorofila, é muito eficiente em captar comprimentos de onda azul e vermelho, refletindo o verde (tanto que as plantas podem ser conhecidas como verdinhas).

Vale lembrar que a clorofila é a principal responsável pela fotossíntese, e existem duas clorofilas: a A e a B – quem deu os nomes estava inspirado na criatividade – que se diferem pelos agrupamentos das moléculas de carbono e tipo de cadeia.

Fonte: En.Wikipedia

Na natureza, a proporção de clorofila A e B é de 3:1. 

No entanto, as plantas possuem outros pigmentos que captam parte do verde para a fotossíntese, mas são pouco representativos. 

Assim, lux e lumens não são boas medidas para a horticultura.

Nosso primeiro indicador: PAR

Se você voltar a figura 1, vai reparar que tem uma outra porção do espectro que ainda não falamos: o PAR.

PAR é a radiação ativa fotossintética, ou seja, compreende os comprimentos de onda que estimulam a fotossíntese – 400 a 700 nm. 

PAR não é uma medida ou unidade de medida (como lx ou lm) e sim define o tipo de luz que faz as plantas realizarem fotossíntese.

Assim, o que importa é a composição do espectro e a quantidade de luz que pode ser enquadrada como PAR ao se escolher uma growled. 

Dessa forma, nos deparamos com três perguntas:

1. Quantos PAR o growled produz?

O PPF é o fluxo de fótons fotossintéticos – assim, mede os fótons responsáveis por estimular a fotossíntese. Contudo, não mede quantos fótons de fato chegaram até a planta.

Sua unidade de medida é a quantidade de PAR produzidos por um sistema de iluminação por segundo (micromols por segundo ou μmol/s).

2. Quantos PAR instantâneos da growled são disponibilizados para a planta??

O PPFD é a densidade do fluxo de fótons fotossintético, dessa forma, é uma medida spot (tirada em um único ponto) que nos indicam a quantidade de PAR que de fato chegou à planta.

Sua unidade de medida é micromols por metro quadrado por segundo (μmol/m2/s).

Logo, a distância da fonte luminosa e a área que deve receber os comprimentos de onda PAR importam (bastante!) para você escolher a melhor growled.

Outro fator importante é o ângulo de abertura do seu led. Vamos a um exemplo prático:

  • A superfície da brota mede 20×20 cm
  • Queremos led’s a 30 cm de altura

Qual deve ser o ângulo de abertura do led para ele iluminar toda a brota e nada mais?

Fonte: Elaboração Própria

tan X =10/30

X = 3º

Traçando um triângulo equilátero da brota em relação a fonte luminosa encontramos o  ângulo de 3º, o que provavelmente vai exigir uma lente para reduzir o ângulo de fábrica do led. 

Cada planta tem um valor de PPFD necessário. Contudo, para boa parte das plantas de horta, um PPFD entre 150 e 350 μmol/m2/s é o suficiente – lembrando sempre que nenhuma dessas medidas servem isoladamente, então esses valores são somente bons indicadores.

PS: tanto o PPFD quanto o PPF são medidas que demandam um maquinário específico para serem retiradas, assim, exija do seu fornecedor essas informações.

3.Quanto de energia é usado para fazer o PAR

A eficácia fotossintética é relativa a quanto a sua fonte de luz é eficiente em converter energia em fótons do PAR.

Muitos fornecedores vão informar medidas com Watts para descrever potência, contudo, watts medem a entrada de energia no sistema, não a saída.

Dessa forma, para uma medida precisa, deve-se saber o PPF da luz junto com o potência (watts) de entrada.

Tendo em vista que watss = J/s sendo J a unidade de medida Joule, e PPF medido em  μmol/s, dividimos PPF por Potência (μmol/s *s/J) e encontramos μmol/J como a medida final de eficiência da sua growled.

Quanto maior a sua medida μmol/J (micromols por Joule) mais eficiente é o seu sistema em converter energia em fótons do PAR. 

Para trazer mais para o nosso dia a dia, é possível encontrar placas de led para horticultura que tem de 8 a 15 W de potência, por conseguinte:

Para um led de 13 W: 

Consumo/mês = (potência em watts/ 1000) * (tempo ligado em horas) * 30 (dias do mês) = 6,24 kWh

No Rio de Janeiro, o preço do kWh em abril de 2021 está em  R$ 0,68313. O que nos dá um custo total de R$ 4,26 por mês (até que é barato, né?).

Para esse caso, usei o fotoperíodo de 16/8h.

1 comentário em “Luz Artificial para as Plantas: tudo o que você precisa saber para escolher o seu Growled para horticultura”

  1. Pingback: Como montar a b.Led? Entenda tudo sobre a iluminação artificial da Brota! - Blog Brota Company

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